segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

♫♪♫

Vou desligar, não me ligue mais.
A obrigação da tua voz é estar aqui.
Vou desligar, não me ligue mais.
A obrigação da tua voz é estar aqui, no ouvido do meu


                     (Jota Quest - Telefone ♪)

21

Às vezes é preciso parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco para deixar o coração nos contar o que sabe.

Te conto e te confesso.

Me segura pela mão, cruza meu destino, me mostra o caminho que com você eu não temo. Olha-me devagar, se faz meu porto seguro, me aperta em você, que contigo eu me sinto infinita, me faz sentir pequena em seu abraço, me acolhe no seu ombro e eu me encolho de mansinho.
Chega perto. Devagar. Mais perto. Olho teus olhos mexendo. Sinto teu coração palpitante. Pego na tua mão e te faço sentir o meu, que, bate descontrolado, descompassado.
Sentada ao teu lado, olho pra cima, conto as estrelas, olho em você. Você olha em mim e me olha.
Ganho teu carinho, encosto na tua pele, beijo teu rosto e sinto o cheiro da tua nuca. Te conto segredo, confesso desejos, conheço tua dor e amordaço antigo amor.
E o tempo passa... Assim leve, assim sereno, assim sem tempo. Você me elogia, me perco e me afundo entre tantos adjetivos. Eu te aprecio, metrifico cada detalhe do seu rosto, desenho sua boca com meu dedo (...) Prendo-me em outros casos. Você chega por acaso, faz uma mágica e tudo fica bem. Sempre fica tudo bem. Só basta você estar. E ser. É.

Sumiço.

Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico muda quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressada, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Me'e.

Dizem que é preciso de oportunidades. Eu, por exemplo, desperdicei muitas. Principalmente naqueles dias em que eu não dei atenção que eu deveria dar, os ‘eu te amo’ que eu deveria falar a quem merecia. A gente cresce e nem sempre aprende. Ainda continuamos errando nas coisas simples, ainda deixamos de fazer muitas obrigações e ainda deixamos de dar o valor necessário as coisas e as pessoas que realmente merecem. Ainda não sei a sensação de chegar ao fim, mas não sei, deve ser sinistro saber que quando conseguimos aprender alguma coisa, que quando terminamos com muito esforço os estudos, que quando adquirimos algo a mais, que quando temos histórias pra contar e muito mais pra ensinar... Tomara que eu aprenda que eu ame sem medidas, que eu não ignore meu sorriso, que eu seja a melhor amiga, a melhor namorada, a melhor filha e a melhor em tudo que eu puder ser ou, no mínimo, tentar. Deve ser o suficiente ser eu mesma, ir atrás daquilo que eu acredito sonhar e realizar. Brincar enquanto posso admirar, elogiar e acreditar naquilo que me faz bem.

Meu olhar.

Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente, desculpa.
Tudo que vivi foi profundamente.
Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços..guarda-me apenas uma fresta.
Eu que fui sempre livre não importava o que dissessem, até onde posso ir pra te resgatar?
Reclama de mim como se houvesse a possibilidade de me inventar de novo.
Desculpa se te olho profundamente, rente a pele.
A ponto de ver seus ancestrais nos seus traços.
A ponto de ver a estrada muito antes dos teus passos.
Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos.
Eu não vou renunciar à mim nenhuma parte, nenhum pedaço; do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente (...)
Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente!