domingo, 28 de novembro de 2010

A espera.

A espera. Ela existe, é longa e sempre me foge seu fim quando vejo que estou chegando perto. O território é perigoso e caminha-se em solo feito de olhos invejosos, desviando-se de mãos e braços sedentos por um empurrão que vai te fazer cair. É longe o lugar que quero chegar, e nem só de quilômetros, metros e centímetros é feito esse caminho. Complicado mesmo é suplantar esses muros sem ferir minhas pernas nessas pontas-de-lança. Mas é de cima desses muros que te vejo. E, confesso, tua contentação com teu atual estado de cárcere não condiz com a tua vontade de mudar que me é relatada toda vez que te vejo. É tua incoerência que me faz esperar. Essa espera por um lapso de mudança ou qualquer outra manifestação que me faça crer que minha e tua casa serão, um dia, a mesma!

sábado, 27 de novembro de 2010

Ninguém.

Sapato baixo, calça larga e cabelo preso. Esquentou e seus ombros tensos agradecem. Que cara bonita é essa? Já logo ao sair de casa pela manhã. Ah, devo ter dormido bem. Bom dia, bom dia. Olha, você está muito bonita hoje. Um fala, outro concorda. E pela rua, sorrisos dão continuidade aos elogios. O que é? Que segredo ela guarda? Que novidade é essa? Na cozinha perguntam: novo amor? No estacionamento perguntam: voltou com alguém? No restaurante, na hora do almoço: é alguém novo? Cruza com um namorado antigo “nossa, você tá muito… é o quê? Sexo? A noite toda? Conta, vai, eu agüento ouvir”. Contar o quê? No espelho, enquanto escova os dentes, fecha os olhos e sabe pra si o segredo: ninguém. Não gostar de ninguém. Nada. Nem um restinho de nada. Nem de tudo que acabou e nem de nada que possa começar. Nada. Pouco importa qualquer outra vida do mundo. Não é nem pouco, é nada mesmo. Um dia inteiro para achar gostosas coisas bobas como um pacote de pipoca doce, um tênis pink ou a hora do banho quente com músicas recém baixadas e o tapetinho vermelho. Um dia inteiro sem escravidão. O celular, o e-mail, o telefone de casa, o ar, o interfone, a rua. São o que são e não carrascos que nada dizem e nada trazem. Um coração calmo, se ocupando de mandar sangue para as horas felizes de trabalho, estudo, massagem, dormir, bobeiras, comer, rir, cabelo, filmes, comprar, trabalhar mais, ler, amigos. É isso. Uma agenda enorme que a ocupa de ser ela e não sobra uma linha de dia pra lamentar existências alheias. Linda, ela segue. Linda e feliz como nunca. O segredo do espelho, escovando os dentes, sozinha, aperta os olhos, segura a alma um pouco sem respirar. Segura a pasta pensando que é um pouco de alma consistente na boca. Não cospe, suporte. Ela pode finalmente suportar seu peso e não dividir isso nem com o ventinho que entra pela janela. Nem com o ralo que a espera boquiaberto. A sensação é a da manhã seguinte que o papai Noel deixava os presentes: não é mentira, é só um jeito de contar a verdade com algum encantamento.


terça-feira, 23 de novembro de 2010

20

Às vezes, você só precisa estar com a pessoa que te faz sorrir. Mesmo que isso signifique esperar.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eu quero.

Eu quero abraços sinceros, um amor verdadeiro, quero olhar pela minha janela e ver a Torre Eiffel, quero gritar, falar alto, correr no parque, comer sushi, ter um milhão de cachorros, me apaixonar a primeira vista, jogar futebol, andar a cavalo por um lindo campo, sentir borboletas na barriga, pintar meu cabelo de rosa, ouvir todos os dia “eu te amo”, dançar até sentir dor nas pernas, ter uma namorada, melhores amigos, colher flores num jardim, sonhar todos os dias com ela, olhar todos os filmes de romance, quero fugir de casa e voltar no dia seguinte, quero beijos apaixonados, quero falar em inglês, quero andar pelas ruas de Tóquio, quero tomar um café na starbucks, quero ver americanos, ouvir americanos, quero fazer intercâmbio, quero ir para África, quero conhecer as 7 maravilhas do mundo, quero viajar pelo mundo e não encontrar um lugar melhor do que a minha casa, quero ser prioridade em seus pensamentos, quero ser feliz.


Por fora, já desistiu... mas por dentro, sempre descobre alguma desculpa para recomeçar. :)